Projeto da USF recicla componentes eletroeletrônicos de aparelhos celulares

E-lixo minimiza impactos ambientais oriundos do descarte inadequado de aparelhos celulares, estimula a responsabilidade ambiental e impulsiona o empreendedorismo na comunidade acadêmica

A cada dia, novos aparelhos eletroeletrônicos são lançados no mercado tecnológico com uma velocidade a perder de vista. Tal cenário, muitas vezes, colabora com o aumento do consumo desenfreado, o uso abusivo dos recursos naturais não renováveis e, consequentemente, com o acúmulo do lixo eletrônico. Foi pensando nesta realidade e na aprovação da Lei Federal no. 12.305/2010, a qual instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que a USF (Universidade São Francisco) desenvolve o projeto “Em busca de soluções para o e-lixo”.

O foco principal é a criação de um grupo multidisciplinar, envolvendo professores e alunos de vários cursos de graduação, visando a proposição de soluções que minimizem os impactos ambientais decorrentes do descarte de equipamentos eletroeletrônicos, mais especificamente, de aparelhos celulares. “Buscando identificar a percepção, os valores e as atitudes do cidadão, o programa gera iniciativas de reciclagem de componentes eletroeletrônicos, diminuindo a extração e o processamento de matérias-primas e a análise crítica para o estudo da responsabilidade civil de quem produz e de quem consome”, afirma a Professora Silmara Neves, Coordenadora do projeto e do curso de Química Industrial da USF.

Ainda de acordo com ela, com a edição da Lei Federal no. 12.305/2010, o país passou a contar com uma definição legal de âmbito nacional do que são resíduos sólidos urbanos. ”A sua chegada, assim como a integração à Política Nacional de Meio Ambiente e à Política de Saneamento Básico, propicia o desenvolvimento da gestão de resíduos no Brasil. Porém, a medida implicará necessariamente em mudanças nos sistemas adotados até agora”, salienta a Profa. Silmara.

Por meio da equipe multidisciplinar da USF, o projeto quer contribuir com minimização dos impactos ambientais oriundos do descarte inadequado de aparelhos celulares e, com isso, resultar em uma formação diferenciada, que estimula a consciência e a responsabilidade ambiental, a busca de soluções e o empreendedorismo na comunidade acadêmica.

A situação do e-lixo
Não se sabe a quantidade exata de lixo eletrônico existente no Brasil, porém, a marca de um celular por habitante foi ultrapassada em outubro de 2010, quando a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) registrou um total de 194 milhões de acessos do SMP (Serviço Móvel Pessoal), o que representa teledensidade de 100,44 acessos para cada cem pessoas. Ou seja, em outubro/2010, já havia 100,44 aparelhos de telefonia móvel para cada cem habitantes no país. Como um celular tem uma vida média de dois a três anos, não é difícil calcular a multiplicação desse lixo eletrônico.

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